terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O tempo não espera


Há quatro anos, num dia como hoje, todos aguardávamos, com esperança, o início da gestão Rosalba Ciarlini. Inclusive aqueles que, como eu, acompanhando o presidente estadual do meu partido, deputado Henrique Eduardo Alves, havíamos preferido apostar no então governador Iberê Ferreira de Souza, candidato à reeleição.

E não era para menos: Eleita no 1º turno, a governadora teve uma vitória consagradora. Naquele 30 de dezembro de 2010, tenho certeza, todos acreditavam, ou pelo menos torciam, que ela faria uma grande administração e quatro anos depois, exatamente neste 30 de dezembro de 2014, estaria não apenas concluindo o seu primeiro mandato, mas, principalmente, às vésperas de iniciar o segundo.

Essa era a expectativa. Certamente compartilhada pela grande maioria. Quem imaginaria, há quatro anos, ou quem poderia imaginar, que, eleita da forma inquestionável como foi, a governadora Rosalba chegasse ao fim do seu primeiro mandato da forma melancólica como estamos vendo?

Pra mim, porém, depois de ver o que aconteceu, nenhuma surpresa. A governadora, com toda boa fé, agiu como se os primeiros quatro anos nunca fossem terminar. E ela teria todo tempo do mundo para, digamos, “degustar”, cada segundo do “poder” que o povo havia colocado em suas mãos.

Já não tenho o direito, portanto, de me iludir com a perspectiva da administração que começa dia 1º. Não a 2ª de Rosalba. Mas, a 1ª de Robinson.

Na realidade, a expectativa parece até ser a mesma. Pode até ser. Não pra mim, pois, infelizmente, o que o governador Robinson Faria transmite é, também, como aconteceu com a governadora Rosalba, uma certa indiferença com tempo.

Essa convicção, infelizmente, não constitui mera suposição. Está alicerçada no anúncio feito pelo próprio Robinson, dando um prazo de dois meses, quer dizer, até o começo de março, para que os secretários que escolheu lhe apresentem uma proposta de trabalho.

Ou seja: O período de transição foi um tempo perdido.

Poti Neto (PMDB)

Vice-prefeito de São Gonçalo (RN)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Decisão polêmica da Assembleia do RN

A permissão da Assembleia Legislativa para que a governadora Rosalba use recursos do Fundo Previdenciário a fim de cobrir o rombo nas despesas com o pagamento da folha de pessoal do Estado do Rio Grande do Norte é, no mínimo, temerária.

Esse dinheiro não pertence ao governo. É um dinheiro que pertence aos aposentados de hoje e de amanhã. Se está sendo tirado hoje para outros fins está sendo usurpado, é um dinheiro que está sendo desviado. Que ninguém se iluda – vai fazer falta amanhã aos seus legítimos destinatários.

Considero, portanto, lamentável, que os deputados tenham tido a coragem de assumir a responsabilidade de meter a mão num dinheiro que não lhes pertence, nem mesmo ao governo do RN, para desviá-lo de sua verdadeira finalidade.

Faço esse registro para que, no futuro, quando a bomba estourar, não se venha dizer que ninguém reagiu a tal arbitrariedade.

Poti Neto (PMDB)

Vice-prefeito de São Gonçalo (RN)