quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Até agora, nada de novo

O governo Robinson completou a primeira semana.

Parece pouco?

Parece, não. De fato, é muito pouco.

Mas, nem Robinson, nem qualquer outro que for à rua pedir o voto do povo, tem o direito de chegar ao governo se surpreendendo com a situação que encontra.

Muito menos Robinson, que foi parte integrante do governo anterior. Não em um cargo qualquer, na condição de vice-governador, inclusive tendo assumido a chefia do executivo em mais de uma oportunidade.

Em seu discurso de posse, Robinson se auto-definiu como um “sonhador incurável”.

Pois ele cuide de se tratar, porque não será sonhando que vai encontrar soluções para os graves e múltiplos problemas que assolam o Rio Grande do Norte.

Sei que o governador não pode fazer milagre. Mas, ou ele desperta e deixa de sonhar, alimentado pelo oba-oba, ou será levado pelo rolo compressor das necessidades públicas.

O caso do roubo do caminhão carregado com 80 mil projéteis de calibre 38, 7 mil de calibre 380, 80 mil espoletas, 16 quilos de pólvora, 1.570 cartuchos de calibre 12, como anunciou ontem, dia 7, o jornal O Mossoroense, é gravíssimo. E emblemático. Se ficar por isso mesmo, tira do sistema de segurança do novo governo toda credibilidade.

Do mesmo jeito, a questão do programa do leite. De acordo com a Gazeta do Oeste, dito pelo próprio governador Robinson, o leite que está sendo distribuído ao nosso povo está “batizado” com um soro importado da Turquia.

Que soro é esse? Quem é que está tendo coragem de tomar esse leite? E o governador, por que permite que isso ocorra? Há quanto tempo ele sabe que isso ocorre? Quando é que vai tomar uma providência?

São dois casos gravíssimos que exigem providências práticas, racionais, efetivas, mas também enérgicas e imediatas.



Poti Neto (PMDB)

Vice-prefeito de São Gonçalo - RN

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Um belo e vago discurso de posse



Tenho em mãos o texto do discurso de posse pronunciado ontem pelo governador Robinson Faria. Belo discurso, do ponto de vista literário. Diria, até, irretocável.

Agora, do ponto de vista político, vago. Perfeito, na repetição do engrandecimento deslumbrado da grande vitória conquistada nas urnas, mas impreciso no anúncio e na definição de suas prioridades.

Robinson reafirmou o sonho de se transformar no melhor governador da história do Rio Grande do Norte e acenou com promessas mirabolantes em todas as áreas. Mas, faltou explicitar concretamente “quando” os resultados de suas prometidas ações começarão, efetivamente, a aparecer, especialmente, na educação, nos corredores dos hospitais e na garantia de segurança para a população potiguar.

Politicamente, o governador parece que ainda está voando, sem noção das responsabilidades que, agora, pesam sobre os seus ombros. Aliás, ele próprio se definiu como um “sonhador incurável”.

Torço pra que ele desperte e, para o bem do Estado, se transforme num “realizador”. Do contrário, mais uma vez, caberá ao povo do RN arcar com o ônus de ter optado, de novo, pelo caminho da empulhação.

A primeira decepção


Pela primeira vez na história da administração pública do RN, antes mesmo de assumir, um governador anuncia a substituição de um dos nomes que havia apresentado como sendo um dos seus futuros secretários.

Pior: O descartado – o engenheiro e jornalista paraibano Eurípedes Balsanufo de Sousa Melo - não seria um secretário qualquer. Pelo contrário, a ele seria entregue a pasta vital da administração que Robinson Faria vem prometendo realizar. A do Planejamento.

Quem não se lembra? Em todas as entrevistas que vem dando desde que se elegeu, como se estivesse degustando cada gota de poder que julga possuir, o novo governador vem prometendo se transformar “no melhor” com base numa “administração técnica” e planejada.

- Eu só confio em governo que tem planejamento – repetiu na entrevista que deu segunda-feira, agora, dia 29.

Ou seja: Se acreditarmos no que Robinson tem afirmado, ele próprio é o primeiro decepcionado não apenas com o que tem dito, mas, principalmente, com o que tem feito. Nesse caso específico – está clara a decepção do governador com o fato de ter indicado como secretário de Planejamento alguém que, como destacou sua assessoria, precisa “de tempo e de condições para prestar esclarecimentos à Justiça”.

Tanto se decepcionou com o que fez, que teve de desconvidar quem havia convidado num primeiro momento – o dr. Balsanufo.

O que não entendo é como, o decepcionado chefe do executivo potiguar, mais uma vez, tenha preferido descartar profissionais ou técnicos daqui mesmo do Rio Grande do Norte, optando por ir buscar no vizinho estado da Paraíba, alguém que terá a missão de ajuda-lo no planejamento das ações que precisará efetivar a fim de livrar o nosso Estado da situação caótica em que se encontra.

Tomara que a emenda não saia pior do que o soneto e que o novo escolhido, o administrador e psicólogo Gustavo Maurício Filgueiras Nogueira possa realizar um trabalho que venha a merecer o reconhecimento do povo potiguar.

Poti Neto (PMDB)

Vice-prefeito de São Gonçalo-RN